ORIGEM DA UMBANDA

PRIMEIRA VERTENTE – RAIZ AFRICANA

“A Umbanda tem origens celebradas (dependendo da vertente que a pratica). Em meio às festas nas senzalas os escravos negros reverenciavam os Orixás por meio do sincretismo com os Santos Católicos. Nessas festas eles incorporavam seus Orixás, mas também aspiravam a incorporar os espíritos ditos ancestrais, como os Pretos-Velhos ou Pais-Velhos (reconhecidos como espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos “Pais e Mães de senzala” : escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e conheciam as antigas artes da religião da distante África), que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material daqueles que estavam no cativeiro. Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos, como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve escritura e devoção. Com os escravos foragidos, forros e libertas pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começaram-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros. Em alguns Candomblés também aspiram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestrais e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos Candomblé de Caboclo. Muito comum no norte e nordeste do Brasil até hoje. No início do século XX com o iniciado da Umbanda, esta que muitas vezes era realizada nas praias começou a ser conhecida pelo termo macumba, pois macumba nada mais é que um determinado tipo de reco-reco usado durante as giras; por ser um instrumento musical, as pessoas referiam-se da seguinte forma: “Estão batendo a macumba na praia”, ficando então conhecidos como giras como macumbas ou culto Omolokô. Com o passar do tempo, tudo que envolve algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo e outras religiões, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo. Referência Histórico-Literária A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, em Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda, como: curador, magia que cura, originária de Kimbanda. tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo, e outras religiões, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo. Referência Histórico-Literária A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, em Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda, como: curador, magia que cura, originária de Kimbanda. tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo, e outras religiões, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo. Referência Histórico-Literária A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, em Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda, como: curador, magia que cura, originária de Kimbanda.

 

SEGUNDA VERTENTE - DE ZÉLIO DE MORAES

Uma das versões mais aceitas popularmente, mas não cientificamente, pois não existem documentos da época para corroborá-la, é a sobre o médium Zélio Fernandino de Moraes. Diz essa versão que Zélio, em 15 de novembro de 1908, acometido de doença misteriosa, teria sido levado para a Federação Espírita de Niterói e, em determinado momento dos trabalhos da sessão Espírita manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passoum de espíritos atrasados ​​(sem doutrina). Mais tarde, naquela noite, os espíritos se nomearam como Caboclo das Sete Encruzilhadas e Pai paulo. Devido a hostilidade e a forma como foram tratados (como espíritos atrasados ​​por se manifestarem como índio e um negro escravo). Essas entidades resolveram iniciar uma nova forma de culto, em que qualquer espírito pudesse trabalhar. No dia seguinte, dia 16 de novembro, as entidades pediram a atender na residência de Zélio todos os buscas que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade. Essa nova forma de religião inicialmente foi chamada de Alabanda, mas acabou tomando o nome de Umbanda. Uma religião sem preconceitos que acolheria a todos que a procurassem: encarnados e desencarnados, em todas as bandas. Zélio foi o precursor de um “trabalho Umbandista Básico” (voltado à caridade assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorizando o bem), uma forma “básica de culto” (muito simples), mas aberta à interação das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às religiões mais africanas – Umbanda Omolokô, Umbanda de pretos-velhos; ou aquelas formas mais vinculadas à Doutrina Espírita – Umbanda Branca; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro – Umbanda de Caboclo; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus – Gérard Anaclet Vincent Encausse, esoterismo teosófico de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre – Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outros) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos. Hoje temos várias religiões com o nome “Umbanda” (Linhas Doutrinárias) que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorvem características de outras religiões,, respeito e fé.

 

 

VISÃO ESOTÉRICA SOBRE O VOCABULÁRIO UMBANDA

Segundo a corrente esotérica que existe na Umbanda, a origem do vocábulo Umbanda estaria na raiz sânscrita AUM que, na definição de Helena Petrovna Blavatsky, em seu Glossário Teosófico, significa a sílaba sagrada; a unidade de três letras; daí a trindade em um. É uma sílaba composta pelas letras A, U e M (das quais as duas primeiras combinações-se para formar a vogal composta O). É a sílaba mística, emblema da designada, ou seja, a Trindade na Unidade (sendo que o A representa o nome de Vishnu; U, o nome de Shiva, e M, o de Brahmâ); é o mistério dos mistérios; o nome místico da proteína, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que inicia os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. As outras palavras componentes se supõem, como: Bandha, de origem sânscrita, no mesmo glossário significa laço, ligadura, sujeição, escravidão. A vida nesta terra. Autores dessa corrente esotérica, analisando as duas palavras, definiram a Umbanda como sendo a entusiasmada dos termos Aum + Bandha, que seria o elo de ligação entre os planos divino e terreno. A palavra mântrica Aumbandha foi sendo passada de boca a ouvido e chega até nós como Umbanda.

 

 

FORMAS VARIADAS DA UMBANDA

A incorporação de guias também ocorreu em outras religiões como no Candomblé de Caboclos (desde de 1865 – as primeiras manifestações de Caboclos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e Pretos-velhos aconteceram dentro do Candomblé de Caboclos), no Catimbó e em centros Espíritas (onde não foram aceitos e, muitas vezes, expulsos ou pedidos a se retirar, por serem vistos como espíritos não evoluídos, ou mesmo, como obsessores).

Umbanda Tradicional – Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;

Umbanda Branca e/ou de Mesa – Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos – Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária; 

Umbanda Omolokô – Trazida da África por Tatá Tancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;

Umbanda Traçada ou Umbandomblé -Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são realizadas em dias e horários diferentes;

Umbanda Esotérica – É diferenciada entre alguns segmentos orientados de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e WW da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: “conjunto de leis divinas”;

Umbanda Iniciática – É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência oriental, principalmente em termos de mantras indianos e uso do sânscrito;

NOTAS

1 · Falar sobre a UMBANDA não é fácil, embora cristão, visto esta ser cristão considerado como um subproduto do Candomblé e por isso, colocado sob sua influência direta, no tocante e fatores como ritualística e conceitos sobre a tribo e culto.

·          Por isso, muitos autores versados ​​no Candomblé – e por isso dignos do maior respeito – se veem em capacidade de escrever sobre UMBANDA, simplesmente por considerá-la um mero item dentro da religião em que se especializam.

·          A verdade é bem diferente, pois a UMBANDA tem uma sistemática própria, toda uma ciência independente e complexa, em sua essência bastante adversa do Candomblé, do Kardecismo e outros, que muitas vezes até mesmo desdenham da eficácia e da série do movimento umbandista, apontou a UMBANDA como um mero apêndice apenas por ser simples em sua aparência externa.

 

2 · A UMBANDA é uma religião para todos, moldável dentro de si mesma, sem que perca a sua essência principal: a caridade e outras particularidades sucintas dentro de cada tenda. Por exemplo: todo terreiro é obrigado a ter, entre outras coisas, um conga e uma tronqueira, para defesa da casa. Mudam, é claro, a roupagem ritualística e a aparência externa, pois tais fatores estão mais vinculados à vontade dos pais e mães de santo ou dos dirigentes da casa. Mas o modo das entidades trabalharem será sempre semelhante. Por exemplo: há sempre o estalar de dedos, o cachimbo e o charuto -embora muitos terreiros ditos de Umbanda Branca não os usem, alegando insenção de vícios, o que é uma bobagem, visto tais dirigentes talvez não saibam a função desses elementos,

 

3 – A UMBANDA, na verdade, ressurgiu em solo brasileiro, através de um movimento organizado pelo astral superior. A UMBANDA data de MILÊNIOS atrás, sendo a síntese perdida dos pilares do conhecimento: A Ciência, a Filosofia, a Religião e a Arte, que se fragmentou com o passar dos séculos. Indo mais longe – A UMBANDA NÃO SURGIU DA JUNÇÃO DE OUTRAS RELIGIÕES, como apregoam por aí. Ao contrário, ELA É A ORIGEM DE TODAS AS RELIGIÕES TRADICIONAIS DO PLANETA. ANTES DE ZÉLIO MORAES...

 

4 – Apesar de ser considerado o marco inicial do Movimento Umbandista, o advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas teve, ao que parece, predecessores em sua missão. É o que nos relata WW da Matta e Silva, em sua obra “Umbanda e o Poder da Mediunidade”: “Em 1934 tivemos contato com um médium de nome Olimpo de Melo (…) que praticava a linha de Santo de Umbanda há mais de 30 anos (portanto desde 1904, mais ou menos) e que observava com o Caboclo dito como Ogum de Lei, com um Preto Velho de nome Pai Fabrício e com um Exu de nome Rompe-Mato. Em 1935 aceitamos também o velho Nicanor (com 61 anos de idade) num subúrbio da Linha Auxiliar, dominado Costa Barros, que sempre afirmava, celebraçãomente, que desde os 16 anos já recebia o Caboclo Cobra Coral e o Pai Jacob (…) portanto, desde o ano de 1890, segundo suas afirmativas”

Matta e Silva faz menção a sua entidade chamada Caboclo Curuguçu a qual, segundo Leal de Souza (chefe da tenda Nossa Senhora da Conceição) foi o responsável pela vinda do Caboclo das sete Encruzilhadas ao nosso plano.



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